Recife e Olinda - vivendo e me fodendo


  Recife, Olinda  4335 visualizações

Recentemente me apaixonei. Senti calor, meu coração bateu forte, eu sorri sem motivo e fui feliz. Aliás, fui muito feliz. Eu me apaixonei por um destino. E esse destino foi Recife!

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Deixei São Paulo de manhã cedinho, fugindo de um garoa cinzenta de mais de dois dias de duração. Fui a trabalho para Recife, em um típico job bucha do qual a hashtag #MeFodeQueEuToVirandoProdução se encaixa perfeitamente. Eu queria muito aproveitar a viagem para conhecer melhor a região. Tinha ido para lá uma vez, mas também a trabalho. Era sacanagem demais do destino me pregar aquela peça mais uma vez.

Fui para lá tendo pesquisado tudo o que eu queria fazer e visitar, para poder aproveitar ao máximo cada folguinha que eu tivesse para passear. Mal sabia eu o quanto iria me foder. Aliás, logo na chegada no aeroporto já me fodi. Estava rolando protesto dos taxistas contra o Uber (galera não aprende) e os motoristas de táxi bloquearam a entrada e saída de veículos do aeroporto. Puto da vida, peguei minha mala e adivinha o que eu fiz? Fui para a praça do lado e chamei um Uber. #Chupa

Cheguei no hotel, deixei minha mala e comecei o jogo. Fui para o meu primeiro compromisso achando que ficaria livre logo e poderia ir ao Castelo Brennand, um museu com um acervo histórico para me fazer viajar no tempo. Mas ao invés de ir para o castelo eu fui mesmo é tomar no cú. Tive minha reunião e depois participei de mais de 7 horas de montagem do pré-evento. Vai otário!

Dia seguinte eu sabia que estaria fodido porque era o 1o dia do evento (e o mais longo também). O que eu não esperava é que estaria fodido no 2o e, ironicamente, no 3o. Cheguei em um ponto tão grande de exaustão que desmaiei de sono às nove da noite e, quando acordei, o sol brilhava. Olhei no relógio com os olhos marejados de sono e descobri que eram 5h da manhã de domingo. Acho que até o sol mais brilha mais cedo em Recife. Bom, pelo menos brilhou para mim. Milagrosamente eu tinha mais de 7 horas até ter que trabalhar de novo já que a última montagem já tinha sido feita e o último dia do evento começava mais tarde. Ou seja, finalmente poderia aproveitar um pouco. E eu faria esse pouco fazer bastante.

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Nem quis saber de tomar café. Queria mesmo tomar banho de mar na Praia de Boa Viagem para tirar toda a zica do trabalho. Para todo mundo que perguntei, a história do tubarão por ali não é mito. Mas acho que sou carne ruim e por isso não tomei nenhuma mordida. Com certeza se um tubarão me mordesse ele morreria agonizando de alguma doença uns cinco dias depois. Ou talvez tenha sido por ter ficado sempre em piscinas naturais que se formavam perto das pedras onde pescadores lançavam seus anzóis. Só sei que renovei as energias. E depois foi hora de renovar outro tipo de energia comendo café da manhã no hotel.

De banho tomado e barriga cheia, fui me embora subir e descer ladeira entrando nas igrejas de Olinda. Dizem que quando se entra em uma igreja pela primeira vez a gente pode fazer um pedido, e eu tinha muita coisa para pedir.

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É difícil descrever Olinda. É difícil também mostrar em fotos. Eu curti muito mais do que imaginei que ia curtir quando li relatos de viagens e vi fotos no Instagram. Não pela história, não pela paisagem, não pelas construções, mas por um misto de tudo isso com a energia da cidade. É um misto de sagrado e profano, de história e carnval. Não dá para explicar, tem que ir!

Acabei assistindo à missa na Igreja de São Franscico (a mais bonita de Olinda na minha opinião) e depois subi a ladeira até a Igreja da Sé, onde tirei a foto acima e arranjei um guia para ir me explicando tudo e me conduzir pelas ruas de pedra (combine preço antes #FicaDica).

Em todo o lugar que passávamos meu guia contava uma história sobre a fundação da cidade, a invasão holandesa ou sobre o carnaval e me deixava maravilhado. Fiquei imaginando o portugueses fudando Olinda, depois os holandeses saqueando tudo e, mais recentemente, os brasileiros tomando as ruas atrás de estandartes e bonecos gigantes no ritmo de festa. E, como uma criança escutando uma história de livro infantil, minha imaginação ganhava força com ilustrações daqueles contos grafitados em paredes ou pintados em telas por artistas regionais.

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Antes de ir embora de Olinda, resolvi comprar um licor da região chamado Pau de Índio. Segundo muita gente, aquela porra era afrodisíaca e dava um barato legal, mas isso é lenda. Eu sei porque tomei uma garrafinha em uma rave em SP e a única coisa que me deu foi uma bela dor de cabeça no dia seguinte. Ou talvez o efeito não tenha surtido pelo tanto de outras coisas que tomei junto. Por via das dúvidas, experimente!

Esperei meu transporte escutando o canto gregoriano na Basílica de São Bento e depois fui direto me foder/trabalhar. Último dia de sofrimento. Mas acho que Deus ouviu minhas preces porque o evento foi um sucesso! O que significava que a noite pedia por uma comemoração.

Seguindo recomendações, fui para a Rua da Moeda em Recife Antigo, que me lembrou muito uma Augusta de SP. Infelizmente a noite não me rendeu boas histórias, mas me deixou morrendo de vontade de conhecer aquela parte da cidade no dia seguinte.

Na manhã seguinte, um grande amigo meu de Recife, o Zé, foi me buscar no hotel. Ele me levaria para Recife Antigo, mas antes me levou para um dos lugares mais incríveis que já fui em todas as minhas viagens e do qual a fotografia abre essa postagem: a Oficina de Francisco Brennand.

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Eu tinha lido sobre o Castelo Brennand e o Instituto Brennand (que estavam fechados porque era 2a feira), mas não sabia nada sobre a Oficina. Foi muita sorte ter um amigo local para me levar para lá.

Logo na entrada fui tocado por versos e prosas, enquanto estranhos animais eróticos me observavam. Sexos masculinos e femininos moldados em barro acenavam para mim e chamavam minha atenção. Andando entre eles pude escutar um som similar ao de uma música de templo religioso, ressaltando o ideal artístico de algumas obras de Brennand. Era como estar em um cenário de realismo mágico. Uma igreja sem gárgulas de pedra, mas arte de barro. Um templo sem deuses criadores, mas com seres criados por um homem. Um homem de longas barbas brancas, parecido com um bruxo esculpindo feitiços de sua mente em sua oficina. Digo isso porque conheci Francisco Brennand por ali. E até tirei uma foto com ele para ilustrar meu ponto.

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A menina que saiu na foto, uma estudante de arquitetura com um sorriso mais lindo que qualquer pinturade Brennand, é história para um post futuro, de uma viagem que ainda não realizei. Mas quase acabei deixando Recife Antigo de lado para ficar papeando com ela no café. Quase, se não fosse a determinação do Zé em chamar um táxi e nos levar para lá.

Recife Antigo é legal, mas estava todo em obras quando passei por lá e o calor não estava fácil de aguentar. Então, o negócio foi andar admirando os grafites e as construções históricas. Aproveitei para entrar na Casa dos Bonecos Gigantes, já que o ingresso estava barato, e dei risada com a criatividade do pessoal. Realmente, o brasileiro é um povo que tem que ser estudado.

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Zé foi nos conduzindo por diferentes ruas onde achava que tinha algum edifício importante para me mostar. E não foram poucos que ele mostrou. Mas o mais legal de tudo não foi o caminho e sim o destino que ele me levou saindo de Recife Antigo: a Capela Dourada.

Como o próprio nome já diz, era uma capela repleta de ouro. E, o melhor, uma capela repleta ouro e cheia de obras de arte barroca. O lugar me lembrou muito a Igreja de São Francisco, em Salvador, mas em menor escala e com muito menos gente (só tinha eu, meu amigo e um monitor da capela ali dentro durante a visita). E, mais uma vez, senão fosse pelo conhecimento do Zé eu não teria achado aquele lugar. A fachada não diz nada sobre o que tesouro escondido ali!

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Já tinha passado das 15hrs quando saímos da capela e eu tinha que correr para o aeroporto. Mas tinha uma última parada para fazer. Não podia partir sem levar uma lembrancinha de Recife para minha mãe. E novamente fiquei maravilhado. Fui na Casa de Cultura de Pernambuco, um antigo presídio transformado em mercado de artesanato. Eu já tinha visto igrejas que viraram livrarias na Europa e fortes que viraram café, mas presídio que virou mercado foi a primeira vez!

O mercado é bem turístico mesmo, excelente para quem quer levar uma lembrancinha, mas nada além disso. O que vale lá não são as compras nas celas transformadas em lojas, mas sim o passeio.

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Durante 5 dias eu me fodi. E me fodi muito trabalhando que nem um cavalo. Mas o pouco tempo que tive em Recife e Olinda fizeram todo sofrimento valer a pena. Quase como carnaval, que a gente fica acabado de exaustão, mas não quer parar de pular. Ou como ajoelhar para rezar. Um sofrimento que compensa por vivenciar uma coisa que nos faz bem. E de tudo que vi e experimentei por lá, de todas as maravilhas que me deixaram de boca aberta, fiquei com uma certeza: eu volto muito em breve para aquele lugar!

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