O INÍCIO de tudo, PORTUGAL:
Frequentemente pessoas me perguntam como eu planejo minhas viagens, como eu organizo tudo. A resposta é quase sempre a mesma: com muita pesquisa. A escolha do destino, entretanto, depende de muitos outros fatores como promoção de passagem, um desejo antigo pelo país, uma corrida, um casamento... a lista é bem longa.
Desde que Léo e eu estivemos em Portugal para uma conexão de poucas horas (apenas o suficiente para uma excelente refeição e um cochilo em um hostel) a caminho de Milão, que eu me encantei por sua capital. Passamos um tempo tão deleitante que desde então eu comecei a pensar muito em voltar para conhecer o país mais de perto.
Após essa conexão, fizemos várias outras viagens, para a Europa inclusive, mas Portugal nunca estava em nosso destino. Até que uma promoção e um impulso nos colocaram a caminho do país em um voo que chegaria e partiria de Porto.
Não tivemos muito tempo para o planejamento dessa viagem e nos sobraram dificuldades. A dúvida principal era em relação à escolha das cidades a serem visitadas. Como Portugal é pequeno, a maioria dos blogs e guias sugeria que quase todo o país poderia ser conhecido em apenas duas semanas, contudo eu sabia que esse modelo não me faria feliz.
Dessa maneira, surgia outra questão: devíamos nos ater apenas ao norte de Portugal, descer até Lisboa ou irmos até o sul? Depois de muitas conversas, leituras, debates e consultas, com uma enorme dor no coração por deixarmos fora do roteiro tantas cidades atraentes, fechamos o circuito incluindo sete cidades, a saber: Porto, Guimarães, Lisboa, Sintra, Óbidos e Évora, nesta ordem, determinando ainda a quantidade de noites em cada uma delas.
Outro ponto fundamental: não alugar carro, embora essa indicação fosse quase unânime entre os viajantes que pesquisei. Começamos então a investigar e analisar o sistema de transporte público para tentar entender porque o país era sinônimo de “viagem de carro” e se seria uma loucura usar trens e afins nos deslocamentos entre cidades.
Começamos a esmiuçar o funcionamento dos ônibus (Rede Nacional de Expressos) e trens (Comboios de Portugal): finalmente decidimos que faríamos todo o deslocamento de comboio. Eu particularmente tenho adoração pelas viagens de trem pois elas tendem a ser rápidas, eficientes, confortáveis e práticas.
Entretanto, quando fomos comprar os bilhetes no site dos Comboios de Portugal, percebemos que teríamos que modificar a gestão do roteiro por conta da malha ferroviária e tempo de deslocamento, sendo necessário então fazermos alguns ajustes em nossa rota.
Por fim, depois de mais ou menos cinco semanas de pesquisas, discussões, argumentações, adaptações e regulagens, finalmente nosso itinerário estava delimitado.
Viagem: Portugal
Período: 01/11 a 19/11 – 2016;
Cidades visitadas nesta ordem depois de feitos os ajustes necessários por conta da malha ferroviária portuguesa:
- Porto - 7 noites: no início e no fim da viagem;
- Guimarães – bate/volta desde Porto;
- Sintra – 2 noites;
- Évora – 2 noites;
- Lisboa – 5 noites;
- Óbidos – 1 noite;
Deslocamento entre as cidades: comboio (trem);
Material de pesquisa:
Revistas e guias:
o Guia Lonely Planet;
o Revista e Guia Viagem e Turismo;
o Revista Viaje Mais;
Blogs:
o Rodas nos Pés: a Tissiana já morou em Portugal (que delícia!) e nos fala com precisão e conhecimento de causa sobre o país;
o Fragata Surprise: A Cyntia é jornalista e tem um amor especial por Portugal e por sua história e uma maneira deliciosa de escrever;
o Viaggiando: a Camila foi uma das únicas pessoas, dentro do universo de minhas pesquisas, que em sua viagem a Portugal, usou transporte público para ir de uma cidade a outra e assim me deu uma ideia de como era possível, divertido e agradável não utilizar carro para viajar pelo país. Ela tem um Projeto 198 Livros muito bacana.
o Projeto 101 Países: a Gabriela costuma desbravar lugares pelo mundo sem preconceitos e contou muita coisa bacana sobre Portugal.
Todas essas meninas, de uma forma ou de outra, me ajudaram a delinear essa viagem. Deram dicas ótimas em seus blogs e, mais importante até do que isso, elas me ajudaram a construir minhas primeiras impressões sobre Portugal, a compor os meus primeiros desejos através de suas experiências e relatos pessoais, antes que eu construísse minhas próprias memórias.
Literatura:
- A Viagem do Elefante de José Saramago – divertidíssimo, que, carregando nas tintas, nos fala um pouco dos jeitos e maneiras desse povo português;
- Os Maias de Eça de Queirós – um clássico da literatura do país e que tem como um dos personagens principais, Lisboa;
- Trem Noturno para Lisboa de Pascal Mercier – um retrato profundo e humano de uma época dura do país;
- Amor de Destruição de Camilo Castelo Branco – além de referenciar um estilo de escrita de uma época, é bom conhecer o autor para quem vai visitar Porto, pois há referências a ele na cidade;
- Madrugada Suja de Manuel Souza Tavares – embora não elucide muito sobre o país em si, Manuel é um autor contemporâneo e tem uma maneira muito agradável de escrever, além de falar um pouco sobre alguns fatos históricos de Portugal.
O resultado de tudo isso eu contarei ao longo das próximas semanas nas páginas no Espiando Pelo Mundo.
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