Mochilão,Israel: preciso de dicas para mochilao em Israel.

Anna Paula Ferrari Matos

A primeira coisa que eu posso dizer pro seu mochilão é: aperte os cintos, Israel é caro.
Muito caro.

Quer dizer, para uma população que tem um salário mínimo de 5000 NIS, os preços que eu vou dizer impactam quase nada. A cotação de hoje é quase 1 NIS = 1 BRL. Então quando eu digo que tal coisa custa 10 shekels, entenda-se que custa  10 reais.

Dito isso, algumas informações básicas (com alguns preços):

TRANSPORTE:

Não há metrô, mas há trens, trens de rua (em Jerusalém ) e ônibus (tanto municipal quanto intermunicipal) de forma abundante.
- BIKE (>10 NIS/dia): Há aluguel de bicicleta em Tel Aviv ) estilo as bikes do Itaú que há em cidades brasileiras. Como diria um israelense que conheci lá, é fácil identificar turistas pois só eles usam essas bicicletas verde-limão (: (mais informações aqui: https://www.tel-o-fun.co.il/en/ ).

- TRANSPORTE MUNICIPAL: os ônibus (6,90 NIS) têm o mesmo valor, independente da distância.

- TRANSPORTE INTERMUNICIPAL: há tanto ônibus (variável) em rodoviárias quanto trens (variável) que passam pelas principais cidades e aeroporto. Os preços dependem da distância. *não há* estações de trens que passam em lugares turísticos como o Mar Morto e Nazaré. HÁ SIM uma estação de trem que chega até Jerusalém, MAS NINGUÉM USA, e os trens passam por ela somente em horários especiais, com muita demora.

Exemplos:
Ônibus de Tel-Aviv para Jerusalem (20-25 NIS - 45 minutos)
Trem do Aeroporto Ben Gurion para centro de Tel Aviv (16 NIS)
Ônibus de Jerusalem para o Mar Morto (46 NIS)

(conselho) a única vez que vale mesmo a pena pegar o trem é pra sair e chegar até o Aeroporto Ben Gurion. Fora isso, use as rodoviárias! Mesmo que você queira ir pra Eilat! Elas são mais práticas e tem ônibus saindo com mais frequencia. Se for do seu interesse visitar cidades menores ou Kibbutz, há uma infinidade de ônibus indo para todas elas, de diferentes cidades. É um país menor do que você espera - ônibus de Jerusalém para Eilat demora umas 6 horas no máximo.

HOSPEDAGEM:

- Couchsurfing: é altamente difundido em cidades litorâneas, como Haifa e Tel Aviv-Yafo. Em cidades menores no inteiror e Jerusalém, não tanto, pois são lugares um pouco mais conservadores.

- Hostel: só há em Jerusalém (50 NIS/diária) e em lugares turísticos como Nazareth . Pelo menos em Jerusalém eles são simples, vários não servem café da manhã.

- Hotéis/AirBnb: nunca me hospedei em um, mas se a sua solução é ficar em Tel Aviv ou Haifa sem conhecer alguém ou sem Couchsurfing, é o que há. Tente reservar quartos antes de chegar por causa dos preços.

MOEDA:

Shekels (NIS) são divididos em moedas de até 10 NIS, e notas de 20, 50, 100, 200. Há moedas fracionárias que não são usadas no comércio do dia a dia, só para pagar passagens de onibus ou trem (por exemplo, pagando 7 shekels na passagem de 6,90, vão te dar 0,10 de troco - que não é usado em lugar nenhum).

- Casas de câmbio (daqui): as casas de câmbio de São Paulo pelo menos já tem shekels à disposição, você não precisa encomendar. Há taxas e custos.

- Casas de câmbio (as boas): obscuras, parecem loteriazinha de bairro, e maravilhosas pois não cobram taxa (: não sei se elas trocam reais direto, mas aceitam dólar.
Elas estão em abundância na Rua Allenby (Rehov Allenby - רחוב אלנבי‎), em Tel Aviv.

- Caixas de rua (qualquer banco): melhor opção caso você esteja em Jerusalem. Aceitam cartões de crédito internacional e Travel Money, e tudo o que você paga são suas taxas do banco, você saca o dinheiro na hora. Vários turistas fazem isso.

(conselho): Há quem diga que só pagar essa taxa de banco nos caixas de rua compensa mais do que ir em casas de câmbio do Brasil para comprar shekels, caso você já possua algum dólar em Travel Money/cartão de crédito. Faça suas contas com as taxas e veja o que é mais vantajoso. Para mim, a melhor opção é: comprar dólar em espécie, trocar nas casas de cambio soturnas da Allenby :)))))

IDIOMA:

Os idiomas oficiais são Hebraico, Árabe e Inglês. Placas de ruas e em estradas tem versões nos três idiomas. A população em geral fala bom inglês, tanto árabes quanto judeus, mas a fluência vai caindo em lugares menores ou mais ortodoxos. Tranquilo para pedir informações na rua, comprar coisas em mercados ou passagens.

SHABBAT:

Nada funciona.
Só as baladas, bares e restaurantes das cidades litorâneas. Fora isso, se você precisar se deslocar num sábado de manhã ou sexta à noite e não quiser dispor de um táxi, você vai ficar parado onde está. Nem lojinhas de conveniência abrem no Shabbat em cidades do interior e Jerusalém. Transporte público pára 2 horas antes de começar o Shabbat na sexta e volta a funcionar na noite do sábado.

Aproveitando o tópico, evite sair de camiseta, shorts, roupa agarrada e/ou colorida e fazer muito barulho em bairros ortodoxos. Pega mal e é desrespeitoso.

TURISTANDO:

Se você achar uma lojinha que serve falafel em pita (...a versão de cachorro quente de rua deles?) por 10 NIS, considere-se um sujeito sortudo. Um jantar simples pra duas pessoas sai uns 90 NIS e isso é considerado barato.
Em pontos turísticos como a Cidade Velha de Jerusalém, se você for turista (basicamente, não falar Hebraico ou Árabe) e a coisa não tiver preço afixado, prepare-se para pechinchar com mercadores. Lei de ouro do mundo: vendedores, se puderem, vão levar vantagem de turista.

Segurança: Israel é bem mais seguro que qualquer lugar do Brasil. Tenha isso em mente. Você será parado para ter sua bolsa revistada e passar por detector de metais em qualquer lugar fechado com aglomeração (rodoviárias, shoppings, etc). Você vai ver policiais parecendo da SWAT em lugares turísticos segurando metralhadoras. Você vai ver jovens soldados segurando metralhadoras em qualquer canto. Você vai ver uma menininha loirinha fofinha de cardigan segurando uma metralhadora por aí. Você vai ver muitas metralhadoras. Keep calm, be cool. É assim mesmo. Nada tá errado.

Visite feirinhas de rua!! Elas são maravilhosas. Há uma feira de artesanato do lado do Carmel Market em Tel Aviv, e o Carmel Market (שוק הכרמל) funciona todo dia. Em Jerusalém, há o Mahane Yehuda (שוק מחנה יהודה), com uma estação de trenzinho do lado. Use e abuse dessas feiras para adquirir coisas mais baratas.

SAINDO DE ISRAEL:

Você tem basicamente três opções: Palestina, Jordânia e Egito pela península do Sinai.

- Sinai: tava tendo uns problemas com uns grupos rebeldes egípcios por lá um tempo atrás, mas via de regra todo mundo pega um carro, ou ônibus, e cruza a fronteira numa boa, inclusive israelenses fazem isso com frequencia. É só ficar atento às notícias. Não sei se dá pra tirar o Visa on Arrival na fronteira, cheque essa informação.

- Jordânia: você pode tirar o visto para a Jordânia aqui no Brasil mesmo e poder usufruir das 3 pontes que ligam a fronteira de Israel/Palestina e a Jordânia sem complicações. Ou, você pode tirar visto na ponte em Beit She'an (dizem que também dá pra tirar na ponte em Eilat. Mas você não vai querer ir pra Jordânia por Eilat, acredite). Há uma taxa de uns 100 NIS para deixar o país por via terrestre.

- Palestina: o mais tranquilo de ir dos três. Perto da Damascus Gate da Cidade Velha de Jerusalém, há um terminal de ônibus com vans e ônibus diversos que saem toda hora para diversas cidades da Palestina, principalmente Ramallah, Hebron e Nebrus. Ônibus para Ramallah custa 8 NIS. Não há nenhum impedimento de IR até a Palestina, mas espere ter que mostrar seu papel de visto de turismo na volta, ou até abrir a mala para uma possível revista NA VOLTA para Israel.

(conselho): Israel não carimba passaporte. Eles dão um papel que é seu visto de turismo. Não perca isso pelo seu bem. Grampeie no passaporte se quiser.

É basicamente isso. Se você quiser dicas de roteiro pode perguntar nos comentários.

A Jerusalém

Jerusalem Jerusalem District IL

B Tel Aviv

Tel Aviv-Yafo Tel Aviv District IL

C Haifa

Haifa Haifa IL