Visconde de Mauá é um lugar mágico encravado entre as montanhas da Serra da Mantiqueira, na divisa de Rio de Janeiro e Minas Gerais. A primeira vez em que estive lá foi em 2011 e então me apaixonei. Seu clima de montanha, pinheiros (araucárias) e o rio Preto correndo ao lado da estrada quase o tempo todo são um convite ao relaxamento.

Há muitas coisas pra se fazer por lá como visitar as cachoeiras, degustar queijos e doces artesanais, comer truta, experimentar as cervejas artesanais, dar uma volta de quadriciclo ou à cavalo, ou simplesmente deitar na rede de uma de suas aconchegantes pousadas e relaxar.

É o lugar que nunca me canso de ir e dá pra aproveitar o ano todo, seja pra curtir o frio se aquecendo em frente a lareira, seja pra curtir o verão em suas cachoeiras.

A região se divide em 3 vilas: Visconde de Mauá, logo na entrada; Maringá, que é onde se concentra a maior parte dos restaurantes e pousadas; Maromba, que possui um pequeno comércio e fica próximo à cachoeira do Escorrega. A vila de Mauá pertence ao município de Resende e Maringá e Maromba pertencem a Itatiaia. O rio Preto divide Rio e Minas Gerais, então é só atravessar qualquer uma das pontes que já estará do lado mineiro.

Como chegar em Visconde de Mauá? Pra quem vai de carro é muito fácil:

Basta pegar a Rodovia Presidente Dutra e entrar no acesso a Penedo, na altura do km 311 e seguir pela RJ-163. Pra quem vai do Rio de Janeiro, o acesso fica 3km depois de Resende. Já quem vem de São Paulo, é logo depois da Polícia Rodoviária de Itatiaia.

 Já na RJ-163, após passar a rotatória que dá acesso a Penedo, é só seguir em frente e subir a serra até o final. Esse trecho é de aproximadamente 30km.

Para quem vai de ônibus não é uma tarefa muito fácil. Tanto que na primeira vez em que fui ainda não tinha carro e acabei optando por alugar um pela praticidade.

Saindo do Rio de Janeiro existe um ônibus da viação Cidade do Aço que tem como destino final a Vila de Maromba. Mas esse ônibus fica limitado a fins de semanas e feriados. Não encontrei a linha no site da empresa, mas quem quiser pesquisar clique aqui.

A segunda opção é ir de ônibus até Resende (tanto pra quem vem do RJ ou SP), no posto Graal da Rodov. Presidente Dutra e de lá pegar um ônibus da viação Resendense pra Visconde de Mauá. Os horários podem ser conferidos nesse site e os intervalos são bem espaçados.

Também há opção de fazer o trecho Resende x Visconde de Mauá de táxi ou Uber.

O ideal é ir de carro para poder fazer os passeios com mais tranquilidade, pois não existe ônibus para todos os atrativos. Nesse caso será necessário contratar alguma empresa que faça os passeios.

Distâncias:

Rio de Janeiro – 199km

São Paulo – 293km

Quando ir:

Qualquer época é boa pra visitar a região. No outono e inverno as temperaturas caem e costuma ser muito procurada pelos amantes do frio. Dias lindos e ensolarados, quase não chove.  Julho é alta temporada.

Primavera e verão com temperaturas amenas, ideal pra quem quer fugir do calorão da cidade. No verão chove mais, e isso propicia a prática de bóia cross no rio Preto e um refrescante mergulho nas diversas cachoeiras da região. O bóia cross consiste em descer o curso do rio em boias individuais.

Dois importantes eventos gastronômicos movimentam a região: a festa do Pinhão, que acontece no mês de maio e a temporada de truta, que vai do final de outubro ao final de novembro.

Abaixo um mapinha com a localização das cachoeiras da região.

Mapa: Visconde de Mauá Tur

• Cachoeira do Escorrega

A cachoeira do Escorrega fica no final da estrada principal, a 3km do centro de Maromba. Chega-se facilmente de carro, nem precisa fazer trilha. Tem uns dois estacionamentos nos restaurantes bem ao lado. Tem esse nome por que a galera costuma escorregar em uma espécie de tobogã natural formado pelas pedras. Eu infelizmente ainda não tive coragem de encarar essa descida rs

• Véu da Noiva

A cachoeira Véu da Noiva fica logo depois da vila de Maromba, bem antes do Escorrega. É preciso estacionar o carro, entrar numa ruazinha de casas, a esquerda e seguir até o final. Antes de chegar, passa por um pequeno poço, o Dama de Honra. Dá uns 5 minutos de trilha até chegar nessa linda queda d’água.

• Poço das Esmeraldas ou Poço do Marimbondo

Essa cachoeira é linda, porém de difícil acesso. Ela é bem parecida com a Itaporani, que fica na parte baixa do Parque Nacional de Itatiaia.

A estrada para chegar até ela fica no vale do Pavão, mas quando fui não estava em boas condições. É bem longe. Meu carro além de baixo é 1.0 e não aguentou subir, começou a patinar. Deixamos ele na estrada e seguimos andando. E como andamos! Ela fica bem no final dessa estrada e estava mal sinalizada, a placa estava escondida no mato. Depois disso ainda tem uma descida, bem tranquila até e chega-se a esse poço. Infelizmente o dia estava nublado. Em dias ensolarados o tom verde deve ser mais bonito ainda, por isso o nome cachoeira das Esmeraldas. Acho difícil eu voltar lá novamente pra conferir rsrs

• Santa Clara

A cachoeira está situada no vale de mesmo nome, do outro lado do rio Preto. Assim com o Escorrega, possui fácil acesso, a estrada só é um pouco ruim. É só parar o carro e tem uma placa indicando a descida de uma pequena trilha a direita da estrada. Em menos de 5 minutos se chega a cachoeira, que é um paredão de pedra inclinado com uma queda de 3m de altura, formando um piscina natural.

• Jacuba e Cachoeira da Fumaça

Essas cachoeiras ficam bem afastadas das vilas, mais pra dentro de Resende, sempre na divisa de Rio e Minas. Fiz esse passeio na primeira vez em que visitei Mauá. A distância é bem longa, são cerca de 35km a partir da Vila de Mauá, mais ou menos 1:30h de percurso. Para essa aventura contratamos um guia, o Rodrigo da T&T Turismo, que nos levou num jipe. Foi melhor coisa, pois com certeza o celtinha não teria aguentado a estrada de terra com alguns trechos bem ruins.

A cachoeira da Fumaça é a maior do estado do Rio de Janeiro, formada pelo rio Preto, com 2km de extensão e 200m de queda. Ela está dentro de uma área de proteção ambiental, a APA Serra da Mantiqueira, e não é permitido o banho por causa da força da água. Mas ainda assim vale a pena conhecer, pois o visual é muito bonito e bem em cima dela passa o trem cargueiro, que leva minério de ferro.

Na volta paramos na prainha da Jacuba, um trecho do rio Preto que forma uma praia de águas bem tranquilas perfeitas para banho.

Prainha da Jacuba

Cânion da Jacuba

• Cachoeiras do Alcantilado

O circuito das cachoeiras do Alcantilado fica no vale de mesmo nome, do lado mineiro. É uma propriedade privada e precisa pagar uma taxa de entrada. Não me recordo quanto paguei e nem encontrei o valor no site. O local conta com bar, lanchonete e banheiros.

São 9 cachoeiras num total de 3km de percurso (ida e volta), muito tranquilo.

Fizemos esse passeio em 2014, com a Remorini Aventuras, que faz apenas o transporte até o local (mais uma vez estrada ruim), mas as trilhas são bem sinalizadas, não tem como se perder. Já da estrada é possível avistar a maior queda do parque, uma visão maravilhosa!

Existem muitas cachoeiras na região, mas infelizmente não consegui visitar todas ainda. O ideal seria ficar pelo menos uma semana por lá pra conhecer tudo.

Espero que tenham gostado das dicas e se animado a conhecer esse pedacinho de paraíso. Visitem também o https://boradescobrir.wordpress.com/ para mais dicas.

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