Eu sempre fui um apaixonado por viagem, desde pequeno. É verdade que antes minha autonomia era bem menor, afinal era um adolescente que dependia da grana e da aprovação dos pais para curtir uma praia com os amigos. Com 17 anos, eu e um primo fomos para Machu Picchu, provavelmente minha maior aventura quando pequeno.

De Presidente Prudente, interior de São Paulo, fui estudar teatro na USP, em São Paulo. Entrei para um grupo de teatro na Colômbia, o famoso Teatro Experimental de Cali. Nele, comecei a viajar o mundo. Rodei cerca de 15 países. Em cada turnê, passava três meses fora, sendo 10, 15, 20 dias por cidade.

Uma experiência muito diferente das viagens turísticas padrões. Cada vez que saía do país, eu sentia que conseguia realmente conhecer os lugares, a cultura, as tradições e particularidades de cada região. Isso me tornou um viciado em viajar.

 De volta ao Brasil, entrei em outro grupo de teatro, o Centro de Pesquisa Teatral. A história se repetiu, dessa vez por mais 10 países. A paixão e o entusiasmo por viagem só cresceu, tanto que resolvi fazer uma viagem de veleiro por toda a costa brasileira.

Não foi o suficiente. Eu queria mais e por isso comecei a planejar minha viagem de volta ao mundo. Não tive pressa, passei dois anos elaborando-a minuciosamente. Roteiro, o que levar, quais parcerias fazer, essas eram minha preocupação. Mas faltava o mais importante. Eu precisava de uma companhia. Não é fácil rodar o mundo três anos sozinho.

Já na viagem de veleiro, havia convidado meu irmão, José Eduardo, o Cabeça, que até tinha topado em um primeiro momento, mas refogou momentos antes da expedição ter início. De personalidade bem menos exploradora que a minha, ele não se achou pronto para encarar o alto-mar por meses a fio.

Mas uma viagem nossa para o Canadá e Estados Unidos, a trabalho, mudou tudo. O Cabeça nunca tinha saído do Brasil, mas aprovou a experiência. Ali nascia o embrião da volta ao mundo que nós estamos, finalmente, fazendo. Aos poucos fui convencendo meu irmão a se soltar mais e mais pelo mundo, até aceitar o convite.

E agora, cá estamos nós. Dentro do Carona. No Me Leva Junto. Em vias de começar uma viagem de mais de 1000 dias, na qual enfrentaremos situações das mais imprevisíveis possíveis, passando por locais nunca antes imaginados.

Com certeza será um mundo novo que se abrirá para meu irmão mais velho, assim como a confirmação da minha vocação para viagens. E é toda essa trajetória que vocês irão acompanhar nos próximos posts.

- - - -

Se você curtiu esse texto, ficaria extremamente feliz se pudesse dar um nele aí embaixo ou compartilhar com seus amigos!