Dizem que amigos verdadeiros a gente pode contar nos dedos. Eu não concordo com essa afirmativa. Mantenho amigos desde o início da minha infância, e nunca mais parei de fazer novas amizades.

Quando comecei a escrever sobre minhas viagens, uma grande amiga (a qual chamo de irmã) logo me disse: “você precisa escrever algo sobre seus amigos que estão espalhados por todos os cantos do mundo”. Eu parei para refletir nas tantas histórias e pessoas bacanas do mundo inteiro que tenho e preservo dentro do meu coração.


Amigos de colégio, amigos de rua, amigos de festas, amigos de curso, amigos da aula de violão, amigos da orquestra, amigos de gincana, amigos de clube, amigos de voluntariado, amigos da faculdade, amigos de viagens, enfim, todos mantêm algo em comum na minha vida: são meus amigos.

Quando estudei na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, em Portugal, diante de situações peculiares e particulares, eles ajudaram a tornar meu intercâmbio algo ainda mais extraordinário do que já estava sendo.

Com o tempo, essa relação só foi se estreitando: me tornei amigo (e filho também) da família de alguns deles, me tornei “amigo dos amigos dos meus amigos” (?) e faço questão que tudo isso seja da mesma forma a eles com relação aos meus círculos de amizade e familiar.


Experimentar o novo quando se está longe do seu porto seguro não é nada fácil. Foi por isso que nos aproximamos. Toda vez que reencontro alguém dessa minha nova família, me perco em emoções, sinto vontade de abraçar cada um deles milhões de vezes e dizer o quanto os amo. Isso me faz tão bem.

Quando voltei ao Brasil, falei por muito tempo dos meus amigos para a minha família e ela não conseguia entender todo esse amor e essa alegria. Hoje eles entendem e sabem o quão importante foi para a minha vida.

Faço questão de realizar essa aproximação entre todos, pois sinto que o meu mundo se transforma em algo muito melhor tendo todas as pessoas que amo por perto.

Já fiz curso de inglês no Canadá e na Austrália. Minha “irmã” conheceu seu marido na Austrália e anos depois fui convidado para participar da união dessas duas pessoas incríveis. Quando ouvi da “minha mãe” que a partir daquele momento eu era “um filho e irmão”, a emoção veio a tona.


Neste ano voltei para o Canadá para participar do casamento de um amigo que chamo de “Brother” e que já me visitou duas vezes aqui na minha cidade. Desde a primeira vez que nos vimos ficamos muito próximos. Ter sido convidado para um casamento tão diferente (árabe) como o dele me fez sentir uma pessoa muito especial. E o melhor: aproveitei para fazer um mochilão pelo lado leste do país (que eu ainda não conhecia).


Sentir que é recíproco faz tudo valer a pena. Receber da Austrália um pacote de presentes, cartões de aniversário ou postais do Canadá, cartas de Portugal, e-mails e vídeos de diversos estados do país, mensagens de Whatsapp durante a madrugada de um amigo americano que está programando vir passar o final de ano comigo, não tem preço.

Sair, jogar conversa fora, sentar em um parque, bar ou praia e puxar assunto com um desconhecido, pedir ou trocar informações no meio da rua e descobrir – entre uma pergunta e outra – que o rapaz francês é músico e que na mochila dele estava o seu instrumento Ukulele (que o fez tocar Somewhere over the rainbow na beira do Rio Douro, à noite), me faz sentir borboletas no estômago.


Os meus amigos são os melhores do mundo, pois eles fazem a minha vida ser muito bem vivida. Para um viajante, ter amigos ao redor do mundo tem um lado muito positivo: é preciso viajar para visitá-los! Quer felicidade maior que esta?

Autor: Tiago Imperatori, brasileiro, gaúcho, Advogado, viajante e amante do mundo. “Wanderlust” o define. Siga: @imperatoriwanderlust E-mail: [email protected]

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