A noite mais mal dormida da minha vida foi em uma lan house no Japão
De posse de um bilhete que permite andar à vontade de trem-bala pelo Japão, estava explorando o país com um amigo meu. Já tínhamos visitado Tóquio, Kyoto, Osaka. O próximo destino era Hiroshima.
Antes resolvemos conhecer Miyajima, famosa pelo totem (uma espécie de templo) que fica no meio da água. Ficamos o dia inteiro lá, admirando, tirando fotos, aproveitando a tarde.
Só que isso fez com que chegássemos meio tarde em Hiroshima. E não tinha hostel ou albergue nenhum com vaga para a gente àquela hora. Saímos desesperados perguntando “albergue, albergue”, e nada. Hotel, sem condições de pagar.
Foi aí que meu amigo teve a brilhante ideia de dormir em lan house. Sim, lá no Japão é bastante comum isso. E a lan house era incrível, com muitos mangás e gibis japoneses para ler, salão de jogos com pingue-pongue e sinuca, máquina de sorvete. Parecia um sonho.
Parecia. Porque o lugar para dormir, meus amigos, vocês não vão acreditar, era duro de encarar. A primeira opção era terrível: dormir dentro de uma cabine privativa. Era um cubículo, muito apertado mesmo. Ela tinha um tatame no chão, e uma mesinha, com suporte para computador em cima.
A outra opção de “quarto” era uma cabine privativa, só que sem tatame, tem lá seu computador, a cadeira de rodinha, e você fica lá no seu espaço, como se estivesse em uma lan house normal. Pelo menos podia dormir na cadeira com alguma privacidade.
Nenhuma das duas opções era coisa de sonho. E tinha um agravante ainda por cima. No Japão pode pode fumar em ambiente fechado. Então, o pessoal fumava em todas as cabines. Eu comecei dormindo no tatame, mas não aguentei o cheiro, era terrível.
A outra cabine era um pouco mais confortável, mas ainda assim não tive o melhor dos sonos. Quer dizer, mal consegui dormir. Lia um pouco, saí para jogar, porque dormir era impossível.
A maior surpresa, no entanto, veio depois. Eu estava reclamando da minha situação quando olho para a entrada da lan house. Tinha algumas máquinas caça-níqueis, com uns banquinhos para jogar. Não teve um cara que juntou vários desses banquinhos e conseguiu dormir neles! Olha o ponto que os caras chegavam.
Eu achei insana toda essa experiência, foi uma das noites mais mal dormidas do passeio. Deu umas 5 horas da manhã e já estávamos louco para ir embora. Não dava mais para ficar naquele lugar. Tanto que no dia seguinte a gente foi fazer conhecer Hiroshima, e minha cara estava podre em todas as fotos.
Hoje quando conto essa história é só risada, mas no dia foi complicado.
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