Nestas férias de verão me encontrava em um dilema. Eu havia gastado uma boa grana fazendo um mochilão sozinha, pela América do Sul em julho, ou seja, estava sem dinheiro para as férias de verão. Por outro lado, a família pressionando para ir à praia e eu me sentindo no dever de dar uma voltinha com eles.  Bom, para resolver o assunto o jeito seria pesquisar uma praia próxima que se enquadrava dentro do orçamento.

E não é que conseguimos. Montamos um roteiro de viagem que transformou nossas férias em momentos maravilhosos.

Eu sempre tive uma vontade imensa de ir à Praia de Dunas de Itaúnas- ES, na verdade, eu achava que Dunas de Itaúnas era uma cidade. Pesquisando descobri que era um distrito de uma cidade chamada Conceição da Barra, distante 27,7 km.  Estudando um pouco mais sobre a cidade e suas atrações descobri que ela tinha várias praias, mangues, rios e era próxima de Guriri (São Mateus-ES) e da Costa Dourada (Mucuri- BA). Assim fiquei bastante animada, pois não sou do tipo viajante preguiçosa, gosto mesmo é de acordar cedo e ir para um local novo a cada dia, sempre conhecendo novos lugares, culturas e pessoas.

Local definido, família contente, vamos então organizar a viagem. Resolvemos ir de ônibus, pois descobrimos que tinha um ônibus da Viação Contijo/São Geraldo, direto de Belo Horizonte para Conceição da Barra e que passava na cidade de Coronel Fabriciano, vizinha da nossa. O preço super em conta em média, R$100,00 por pessoa, viagem noturna economizaríamos duas noites de hospedagem e ainda ganharíamos dois dias inteiros para aproveitar a praia.

Depois foi a hora de definir a pousada. Sempre reservo pelo booking e encontrei uma oferta esperta muito boa, R$1.200,00 por seis dias de hospedagem, para quatro pessoas com café da manhã.  Chegando lá, vimos que foi a escolha mais acertada. A Pousada Arara Azul é super bem localizada (próxima a padaria, restaurante, local de venda de água e gelo, ponto de ônibus e taxi, próxima ao aluguel de bikes coletivas e do ponto de vôo de helicóptero), bem bonitinha e os donos super simpáticos (eles eram de Pindamonhangaba-SP, cidade que morei por três anos) e o café da manhã muito bom. Nosso quarto era simples, mas bem divido: um primeiro quarto com duas camas de solteiro, cabide, TV e ventilador, um corredor com um banheiro que dava acesso ao quarto principal com cama de casal, TV, ventilador e uma varanda defronte ao mar. A princípio pensei que o ar condicionado faria falta, qual nada, a temperatura era amena de noite (26º) e ventava tanto que chegamos a sentir frio, não tinha pernilongos, uma delícia.

Vamos aos passeios:

1º dia – Chegamos pela manhã por volta de 8h30. Curtimos a praia em frente à pousada. (Praia tranquila, não muito cheia, quiosque em frente com preços ótimos. A areia é escura devido à foz do Rio, mas a praia é muito limpa, as águas um pouco escuras, mas límpidas e quentinhas).

2º dia – Acordamos cedo, pegamos um ônibus da Viação Mar Aberto rumo a Dunas de Itaúnas (o povoado é charmoso demais, as dunas são lindas, tudo perfeito! Algumas pessoas reclamam da travessia das Dunas para chegar à praia, mas achamos tranquilo. Uma dica vá cedo quando a areia está fria, na volta pegue a trilha do Tamandaré, sem risco, bem sinalizada, ah no finalzinho tem uma descidinha, a dica é tirar o chinelo e descer correndo para não perder o chinelo e nem queimar o pé - isto aconteceu conosco -  kkkkkkk).

3º dia – Novamente Itaúnas de ônibus, para fazer um passeio de bugre para a praia de Riacho Doce e pela Costa Dourada (foram quatro praias, algumas desertas ou semi-desertas, lindo demais). O bugre é velho pra caramba e desconfortável para quatro pessoas, mas o passeio é tão lindo e nosso jovem motorista e surfista Raul, tão gente boa, que nem importamos. Aliás, o Raul é filho do Jabá, ex-jogador de handebol, que disputou duas olimpíadas pelo Brasil. Eles têm uma pousada charmosa em Itaúnas “A Pousada do Jabá” com bons preços e o aluguel do bugre fica bem mais em conta, se agendar o passeio direto com eles e não pela agência de turismo.

4º dia – Este dia foi dedicado a uma descansada. De manhã fomos à feirinha que acontece às quintas pela manhã na rua do Porto. Depois, resolvemos explorar outras praias de Conceição da Barra e fomos passeando por toda orla à direita até a foz do rio Cricaré.  

5º dia – Pegamos um ônibus da Viação Águia Branca, com destino a São Mateus, demos uma volta pela cidade e depois pegamos um ônibus urbano até a praia de Guriri, uma praia mais lotada, com muitos ambulantes, porém limpinha, águas quentes. Os preços praticados eram muito bons. Gostamos do passeio.

6º dia – Novamente fomos explorar as praias de Conceição da Barra, desta vez à esquerda. Ao final da tarde fizemos um delicioso passeio de barco, depois assistimos um lindo por de sol no Porto de Conceição da Barra.

7º Dia – Fomos de manhã ao porto comprar peixe para levarmos para Minas. Depois ficamos na praia em frente à pousada, curtindo o último dia de praia com tranquilidade. Embarcamos às 18h de volta para casa.

Dica de restaurante e preços: Restaurante da Dona Regina, comida caseira deliciosa, por R$30,00 (com carne) e R$35,00 (com peixe) comíamos quatro pessoa, mas diria que serve bem três pessoas (tínhamos uma criança pequena que quase não comia). Algumas pessoas pediam PF e era muito bem servido, mas não experimentamos.  

Na Costa Dourada, não deixe de prestigiar a barraca do Claúdio. Na verdade é um bar e restaurante bem montado. Após o almoço, relaxar em uma rede ou espreguiçadeira, embaixo dos coqueiros, vendo o mar lá embaixo, é tudo de bom.

Quiosques: Cerveja latão na praia por R$5,00 reais e garrafa nos bares R$8,00. Os preços eram muito justos em todos os quiosques, inclusive para as poções e refeições.

Todas as noites, íamos ao centrinho de Conceição da Barra, uma delícia. No fim da tarde após o expediente, os moradores locais ficam na amurada do porto pescando. Na área do porto também ficam os barzinhos mais bonitinhos com música ao vivo.

Na pracinha da cidade, está localizada a igreja, tem algumas barraquinhas de artesanato e comidinhas, além de mais alguns barzinhos. Ainda na praça tem uma galeria, não sei o nome, onde fica o Laboratório do Altair com cachaças artesanais e é o point da galera jovem.

Nos fins de semana, a cidade tem uma bandinha com marchinhas tradicionais de carnaval que circula o centro da cidade, também são realizados vários shows em diversos pontos e para todos os gostos.

A cidade tem clima de interior e nos pareceu bastante segura. À noite os locais se sentam nas portas das casas conversando, os muros são baixos e as portas e janelas ficam abertas até bem tarde.

Enfim nos divertimos muito e gastamos pouco, só faltou ficar pelo menos uma noite hospedados no distrito de Itaúnas para curtimos o legítimo forró pé de serra. Então, certamente voltaremos.

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