Muitas praias, uma atrás da outra. Um visual impactante, daqueles de tirar o fôlego. No litoral sul do Espírito Santo, não muito longe de Vitória. No verão, principalmente no Ano Novo e no Carnaval, muito movimento e agito.

Foto: Mateus Luiz de Souza

A descrição parece de Guarapari, mas se trata, na verdade, do município de Anchieta, famoso por seu turismo histórico-religioso, graças ao Santuário Nacional de São José de Anchieta, e toda a história que carrega do jesuíta mais conhecido do Brasil, que remonta ao século XVI.

É curioso como uma cidade que a princípio parece ter uma, e somente uma vocação, pode nos surpreender tão positivamente. Foi isso que aconteceu comigo em relação à Anchieta: eu não fazia a menor ideia das belezas naturais. E o responsável pela revelação tem nome: balneário de Iriri, na parte sul da cidade, já em direção a Piúma. 

Foto: Mateus Luiz de Souza

São quatro praias seguidas uma da outra, cada uma ao seu estilo. A Areia Preta é a maior e a mais ao sul. Sua larga faixa de areia e extensa orla dá conta da multidão na alta temporada. Mas quem vai em épocas vazias não pode reclamar. Sobra mais espaço para fazer uma caminhada, de preferência quando o sol vai embora se escondendo atrás do monte Aghá, criando um jogo de luzes de rara beleza com os tons alaranjado e azulado.

Ou, se preferir, pode pedir uma cerveja bem gelada e só admirar o espetáculo à beira da praia. Diferente de Guarapari, que tem hotéis maiores e mais chiques, os quartos de aluguel por lá são mais simples, de no máximo seis andares. Um dos mais tradicionais é o Hotel Espadarte, que recentemente passou por uma reformulação, para atender a demanda que não para de crescer. O melhor é que a diária continua amiga do bolso, a R$ 280 na baixa temporada e R$ 380 na alta, para um casal.    

O mais divertido de Iriri, no entanto, é caminhar de uma praia a outra e observar as diferenças e semelhanças entre elas. Na sequência da Areia Preta, seguindo ao norte, teremos Costa Azul, dos Namorados e Santa Helena. Para chegar de uma a outra, o recorte natural e o instinto desbravador conduz o viajante, na ausência de placas. Completa-se o quarteto em pouco mais de quarenta minutos.

O clima rústico, com ruazinhas de pedras e areias, garantem o charme peculiar. As pedras nas pontas são os cenários das imagens mais bonitas, embora o cuidado tenha que ser redobrado. Ainda nem falamos dos esportes que podem ser praticados por lá, como caiaque, surfe, kitesurfe e a modinha (que já virou permanente) do Stand Up Paddle.

E a natureza de Anchieta não para por aí. Há muitas outras praias, algumas completamente desertas, como Parati e Mãe-Ba, outras completamente recheadas de verde, como Ubu e Castelhanos. Ou então o passeio de barco pelo rio Benevente, que leva até as ruínas históricas da cidade. Durante o percurso, o manguezal é o cenário principal, que vai sofrendo alterações à medida que mamíferos, crustáceos e aves cruzam o caminho.

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