"Alguma coisa acontece no meu coração": as memórias e os patrimônios imateriais da cidade de São Paulo


  São Paulo  2277 visualizações

Quando viajamos ou desenvolvemos atividades culturais na cidade que habitamos, acessamos uma série de representações, constituídas por acontecimentos, pessoas, personagens. Entramos em contato e ressignificamos a memória do lugar.

E se tratando de São Paulo, a cidade que moro e que acabo descobrindo algo de novo pelas minhas andanças, verifico que em cada canto desse mundão, há uma série de  peculiaridades entre os  diversos grupos sociais caracterizam as diferenças  e as identidades culturais.

Quando pensamos em um país, um estado ou uma cidade, sempre vem à memória um conjunto de símbolos, costumes, usos e valores comuns às pessoas daquelas destinações. Nesse sentido, pode-se dizer que a cultura permeia todos os segmentos de turismo, uma vez que o turista é atraído pelo diferente, pelo novo, pelo característico e cotidiano das  cidades. Qualquer que seja o motivo da viagem haverá sempre um elemento cultural a ser acessado dentre toda a produção associada ao turismo: a gastronomia, a arte, o artesanato ou outros produtos locais, as paisagens naturais e culturais do receptivo, suas festas e celebrações, a música ao vivo nos bares, e a cultura viva presente nas ruas.

Os lugares revelam seus patrimônios materiais (físico) e imateriais (expressões, sentimentos, por exemplo), que de acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, aprovada pela Unesco em 17 de outubro de 2003, “entende-se por ‘Patrimônio Cultural Imaterial’ as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares que lhes são associados - que as comunidades,os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.

O patrimônio imaterial se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

Reparando bem nessa cidade multifacetada que é São Paulo, o que poderíamos considerar como patrimônio imaterial? O sotaque específico de um bairro? (Como a Mooca, meu!) ; Uma disputa histórica entre dois times de futebol? (Palmeiras, Corinthians, São Paulo  e o meu Juventus, rsrsrsrs!) Um culto religioso? E tantas outras características que fazem São Paulo ser o que é.

Instigada pelo assunto antes de visitar  a Casa Godinho, fui pesquisar! E descobri que de  acordo com o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), responsável pelo registro, o estabelecimento “mantém o atendimento ao cliente no balcão, direto e pessoal, característico dos antigos empórios de secos e molhados e ainda faz parte do cotidiano de compras de várias gerações de paulistanos, sendo, portanto, uma referência na memória afetiva dos moradores de São Paulo e uma notável referência espacial no Centro da cidade”.

Descobri ainda que:

 - A Festa de San Genaro (na Mooca);

- As Trovas Acadêmicas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco,;

- O dérbi paulistano (o jogo de futebol entre Corinthians e Palmeiras),

-  O sotaque da Mooca (Ja sabia, hahaha);

-O cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João;

-O  virado à paulista;

- A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (no Largo do Paissandu);

-A Festa do Divino  (na Freguesia do Ó).

 -As feiras livres;

 - As obras de Adoniran Barbosa;

- Centros de Umbanda, estão sob análise, para serem reconhecidos oficialmente como patrimônios imateriais da cidade de São Paulo!

Independente de serem reconhecidos ou não, são muitos os aspectos imateriais que podemos acessar e perceber pelos nossos sentidos. A cada descoberta, andando pelos bairros da cidade, verificamos o quanto a nossa cultura híbrida é rica e capaz de nos mostrar múltiplas identidades e  contar várias narrativas ! " Alguma coisa acontece no meu coração!". E no seu coração, o que acontece?

 Por Renata Castro Cardias, mãe, viajante, consultora de viagens, bacharel em Turismo e professora universitária na área de Hospitalidade.

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